sábado, 21 de novembro de 2009

Metade da Goiaba

No piscar dos alertas, na pausa para transparecer, no molhar
dos pés e no arrepiar sinto-me desamparado e faltoso de
fortes abraços dados por quem possui um leve sabor doce
em seu perfume delicado.
O calor dos abraços esquenta o coração e o faz agir por outra
direção, tornando-o forte, preparado para as futuras pancadas,
se blindando contra os vazios que nunca desistem de tentar entrar.
E como num clipe sem nexo observamos tudo ao nosso redor se
passar, tudo muito rápido, assim como uma desilusão barata.
Almejamos, queremos e a pergunta por trás destas vontades é:
O quê?
E mesmo sem saber, exatamente, o tamanho do infinito dos
nossos pensamentos e das conseqüências de tudo o que
fazemos não queremos nada de mais, apenas paz.
Paz pra poder seguir em frente e sair à busca da pessoa certa,
não que ela, realmente, exista, mas sim pela necessidade de
se acreditar em alguém que nos complete.

Jonathan Saramago

3 comentários:

  1. bonito isso, cara. por pouco acreditei na crosta de gelo cravada no teu peito.

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  2. a crosta nunca existiu. ela apenas pertencia a um 'eu' dos vários 'eus' que possuo. assim como muitos, eu finjo ser o que não sou, não pra ganhar status ou algo do tipo, mas sim pra me proteger. espero que me entenda? ^^'
    abraços K

    Jonathan Saramago

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